20 em 20: Um porto qualquer


Um dia desses eu estava relendo alguns textos escritos por pessoas que entendem da vida melhor do que eu – pelo menos eu espero que sim. Tá, enquanto lia um específico (O último habitante – Pedro Gabriel) acabei lembrando-me de um que eu mesmo escrevi: a fragilidade das coisas. Nele eu falo que nós queremos um porto para desembarcar um pouco da gente. O texto do Pedro Gabriel me levou novamente à essa ideia e é incrível encontrar pessoas que escrevem aquilo que a gente pensa, sente, vive... Aquilo que, talvez, nós escondemos das outras pessoas e quem sabe de nós mesmos. E ler hoje as palavras escritas por ele causou uma explosão em mim que não tinha acontecido quando o li pela primeira vez. Isso me levou a escrever sobre “o porto”, algo que há muito tempo quero escrever. E foi uma caminhada longa: andei por lugares, conheci pessoas, vivi muitas coisas, guardei segredos e escrevi aquilo que silenciava até achar meu porto.
Encontrar um porto é estar à vontade consigo mesmo. É parar de fugir, de fingir. É aceitar nossas fragilidades e estar tudo bem em ser assim. É, também, cantar desafinado e dançar de pés descalços. Ouvir segredos e saber guardá-los. É lembrar daquele menino cheio de palavras escondidas e aos poucos trazê-lo para ver a luz do Sol. É olhar o mundo e estar seguro de si. É também ser um porto. Você já foi um para alguém? Eu sou um desde que nasci, pois o tenho como sobrenome, como um superpoder. Então, não tenha medo, seja um.

Imagem da internet :)
Talvez você diga que não encontrou o seu, mas calma uma hora você encontra. Você pode estar no ônibus, em casa, lendo um texto e uma lâmpada vai acender, como nos desenhos animados, e você perceberá que seu porto sempre esteve por perto. Ou você pode achar que tudo isso é besteira e que não existe porto nenhum, só um garoto de 19 que escreve coisas sem sentido e que, talvez, esteja querendo disfarçar a ansiedade dos 20. Você pode fechar essa página e seguir com a vida, buscando algo que não sabe se vai encontrar. Buscando, quem sabe, aquilo que chamo de porto.

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Comentários

  1. Acredito que nascemos para ser livres, mas precisamos saber pra onde voltar. Gosto muito do abraço da minha mãe, me faz esquecer-se de todos os problemas do mundo e apenas sentir e ouvir as batidas do seu coração. Também, gosto muito da minha casa, deitar no minha capa e ficar imaginado o futuro, as coisas que acontecem em meu dia a dia. Possa ser que meu quarto, seja meu porto-seguro, minha paz. Mas, às vezes sinto falta de conversar com alguém sobre estas tais “imaginações”. Seria a falta de alguém ao meu lado? Seria o amor o meu verdadeiro porto-seguro? Não sei, mas uma coisa que descobri é que o amor só vem quando a gente começa a curtir a própria companhia, afinal, para se entregar para alguém é preciso saber exatamente quem você é (e ainda assim ser feliz). Às vezes gosto de sentar na ponte metálica de Fortaleza, fechar os olhos e sentir o vento, ouvir o vento, seria outro porto? Mas, concordo com você, talvez, meu porto já exista e ainda não o enxerguei. Ou, talvez, ainda não o encontrei. Esteja encontrando... Enfim, amei o texto (mais um né?! rsrs <3)

    PS: Você já foi à ponte metálica?

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    Respostas
    1. O abraço da sua mãe é um porto. Sentar na ponte metálica é outro porto. Sabe o mais legal disso tudo? Ir descobrindo aos poucos onde está o seu porto.
      Fico muito feliz por você encontrar um refúgio por aqui ^^ Obrigado!
      Ah! Já fui sim. Melhor lugar pra ver o Sol se pôr.

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